6 de outubro de 2014

Custo da Agricultura Orgânica

Por que a agricultura orgânica tem alto custo financeiro?


A ideia de fazer uma agricultura sem produtos químicos e coisas do gênero soa muito bem. O fato de ser mais saudável também chama muita atenção. Porém a agricultura orgânica possui um custo financeiro alto, segundo o site da Food and Agriculture Organization das Nações Unidas (ONU), isto ocorre, no mundo inteiro, porque:

  • O fornecimento da comida orgânica é limitado se comparado à sua demanda;
  • Os custos da produção dos alimentos orgânicos, normalmente, são maiores devido ao grande trabalho exigido e ao fato de que os fazendeiros não produzem o bastante, de um único produto, para baixar seu custo de forma abrangente;
  • O manuseio do período pós-colheita de quantidades relativamente pequenas resulta em altos custos;


A FAO também observa que os preços da comida orgânica incluem não só o custo da produção, mas também uma escala de outros fatores que não existem no preço da comida produzida em larga escala e com compostos químicos, como:

  •  Melhoria e proteção ambiental e o fato de evitar futuras despesas com o controle da poluição;
  •  Padrões melhores de bem-estar dos animais; 
  •  Prevenção de riscos contra a saúde dos fazendeiros devido ao manuseio inadequado de pesticidas, evitando futuras despesas médicas;
  • Desenvolvimento rural, gerando mais empregos nas fazendas e garantindo um rendimento justo e suficiente para os produtores.


 A FAO acredita que, conforme a demanda da comida e produtos orgânicos crescer, inovações tecnológicas e economia de escala reduzirão os custos da produção, processamento, distribuição e comercialização dos produtos orgânicos.
A discussão sobre preço leva a outra pergunta: seria possível alimentar o mundo somente com alimentos orgânicos?
Além do preço mais alto, há outra crítica à comida orgânica: a de que não é possível atender à fome do mundo somente com esse tipo de produção.
Os níveis de produtividade alcançados, que são mais baixos do que os da agricultura convencional, não dariam conta de resolver o problema da fome no mundo. Então, infelizmente não dá para prescindir dos agroquímicos. O que se costuma dizer é que é melhor morrer intoxicado do que de fome. Nem uma coisa, nem outra.
No livro “A Reconstrução Ecológica da Agricultura”, Carlos Armênio Khatounian, tenta clarear o debate, avaliando que nem a agricultura orgânica, nem a convencional têm, hoje, condições de suprir uma população humana crescente, visto que:
1. A agricultura baseada nos insumos industriais das grandes corporações está destruindo a base natural da produção - produtividades elevadas, mas fugazes, a abundância imediata do presente, às custas do futuro.
2. A agricultura ecológica é ainda uma proposta que, apesar de seus grandes avanços, apenas engatinha. Representa um esforço de reconstrução em outras bases, preservando os recursos naturais de que a humanidade necessita para produzir alimentos. Ela representa o melhor que até o momento se alcançou na busca da sustentabilidade.
A busca de sustentabilidade continua, considera Khatounian, e a humanidade pode equacionar esses problemas conquanto difíceis sejam e colocá-los num cronograma de mudanças, desde que assim o deseje.


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