- Impactos ambientais
De maneira geral, os pesticidas
são tóxicos, independentemente de qual composto é usado, sendo uns menos, e
outros mais danosos à saúde humana e ao meio ambiente.
Um dos problemas mais comuns é a
contaminação do solo, de lençóis freáticos e de rios e lagos. Quando o
agrotóxico é utilizado, ele chega ao solo e a chuva, ou o próprio sistema de
irrigação da plantação, facilita a chegada dos pesticidas aos corpos de água,
poluindo-os e intoxicando toda vida lá presente.
Um bom exemplo de como esse tipo
de produto tóxico funciona pode ser observado em inseticidas, como os
organoclorados e organofosforados. Ambos são bioacumulativos, o que significa
que o composto permanece no corpo do inseto ou de um peixe após sua morte. Se
algum outro animal se alimentar de um ser contaminado, também ficará
intoxicado, e assim sucessivamente, aumentando o alcance do problema.
O uso de pesticidas, inclusive,
contribui com o empobrecimento do solo. Estudos mostram que a utilização de
pesticidas reduz a eficiência da fixação de nitrogênio realizada por
micro-organismos, o que faz com que o uso de fertilizantes seja cada vez mais
necessário.
Os pesticidas também favorecem o
surgimento de pragas progressivamente mais fortes, através de um processo de
“seleção natural”, em que os animais mais resistentes aos agrotóxicos tomam o
lugar das espécies mais suscetíveis. Esse processo também acaba garantindo a
manutenção da produção de agrotóxicos.
Outros problemas que já foram
percebidos por estudos são a diminuição do número de abelhas polinizadoras e a
destruição do habitat de pássaros em ambientes onde pesticidas são utilizados.
- Saúde humana
A saúde humana é afetada pelos
agrotóxicos de três maneiras: durante sua fabricação, no momento da aplicação e
ao consumir um produto contaminado. Independentemente da forma de contato, os
efeitos são extremamente perigosos.
Problemas neurológicos, como o
Mal de Alzheimer, estão associados à exposição a inseticidas organofosforados,
assim como o desenvolvimento de transtorno do déficit de atenção com
hiperatividade em crianças. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA)
considera esse composto como possível carcinogênico.
A EPA afirma que o efeito do
pesticida depende do principio ativo nele presente. Os sintomas podem variar,
desde irritação da pele, até problemas hormonais e o desenvolvimento de câncer.
Em 2007, pesquisadores
descobriram, depois de realizarem um levantamento, que a maioria dos estudos
revela a associação entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de
linfoma não-Hodgkin e leucemia.
Para as grávidas, o risco é
dobrado. Pesquisadores apontam para as fortes evidências que ligam o contato
com pesticidas a problemas durante a gestação, como a morte de fetos, defeitos
de nascença, problemas de desenvolvimento neurológico, diminuição do tempo de
gestação e pouco peso do bebê.
Estudos estimam que
aproximadamente 25 milhões de trabalhadores agrícolas de países pobres sofram
com algum tipo de intoxicação causada por exposição a agrotóxicos. Há diversas
situações comprovadas como no caso de que duas grandes empresas multinacionais
que firmaram acordo em 2013 para indenização da ordem de R$ 200 milhões
envolvendo cerca de mil trabalhadores contaminados por substâncias
cancerígenas, entre 1974 e 2002, numa fábrica de pesticidas em Paulínia, no
interior de São Paulo.